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Chile (dia 2/6)

Olá pessoal. Tudo bem?

Vamos dar sequência na nossa viagem? Então, vamos para o dia 2 de 7 no Chile, mais precisamente dia 23/12/2017.

Acordamos e fomos tomar o café da manhã do hotel (Para quem ainda não leu sobre o dia 1, ficamos no hotel NH Ciudad de Santiago). Gostei bastante do café da manhã, para o meu gosto particular, havia de tudo para saciar a minha fome rs, mas para os formigões, pode ser que fique a desejar. O que achei de diferente foi ter encontrado salada no café da manhã. Depois do café, fomos dar um passeio pelo bairro, demos mais uma passadinha no Patio Bellavista e depois comemos um lanche que compramos em um mercadinho próximo do hotel chamado OK Market (um mercadinho que você encontra na cidade toda)

Na parte da tarde, fomos fazer o Tour para conhecer a Vinícola Santa Rita com a empresa Viaja Brasil, que chegou pontualmente no horário que havíamos marcado. O caminho é bem tranquilo e fica próximo de Santiago, levamos 50 minutos para chegar.

A Vinícola é encantadora. A paisagem é linda com as cordilheiras de plano de fundo. A guia que nos acompanhou no passeio dentro da vinícola falava português e a explicação dela sobre toda a história da vinícola, da produção, da forma de apreciar e identificar os vinhos foi feita de forma muito agradável e sem pressa. Sem dúvidas, é um passeio que vale muito a pena! Uma dica, vale a pena conhecer o Museu Andino, que fica dentro da vinícola, antes do passeio. Deixamos para conhecer depois e quase não conseguimos entrar pois já estavam fechando mas, por sorte, conseguimos!

Vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

A história da Vinícola começa com sua fundação em 1880 por Don Domingo Fernández Concha em terras de Alto Jahuel, uma aldeia que fica localizada na comuna de Buin, na Região Metropolitana de Santiago. Porém, em meados do ano de 1970, a vinícola se desenvolve sob a propriedade da família García Huidobro, até que em 1980 é adquirida pelo Grupo Claro, que era liderado por Don Ricardo Claro Valdés em parceria com a empresa Owens Illinois. Porém, em 1988 assumem o controle total da vinícola. E em 1992 adquirem o resto da propriedade, ficando com uma área de 2 mil e 860 hectares.

Vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Um dos vinhos mais famosos da Santa Rita é o 120, que foi lançado em 1982 em homenagem aos 120 soldados que ajudaram na conquista da Independência do Chile. Foi no ano de 1814, em Roncagua, durante a Independência do Chile que 120 soldados sobreviveram a uma dura batalha pela Independência, em uma luta desigual contra os realistas. “Viver com honra ou morrer com glória” foi o lema dos soltados chilenos, que no final da história, conseguiram romper o cerco imposto pelos inimigos. Os soldados foram amparados pela dona da fazenda, Dona Paula Jaracuemada, dando-lhes abrigo e alimento, além de curar os feridos. Na manhã seguinte partiram dispostos a redobrar os esforços para alcançar a sonhada Independência. É por isso que os vinhos 120 de Santa Rita trazem, mais do que sabor, uma história.

O sucesso da vinícola se dá por conta da sua localização geográfica, o tipo de solo, clima, todas essas características naturais são favoráveis para o cultivo das parreiras, que são estrategicamente posicionadas, com distâncias exatas para poder receber o sol.

Depois de conhecer a área externa da vinícola, fomos para a área interna conhecer o espaço de produção e armazenagem do vinho. Antigamente, a moagem das uvas era feita com os pés, mas ao longo do tempo o processo foi modernizado e a moagem contava com o auxílio de uma prensa mecânica. Já a fermentação alcoólica era feita em tanques de carvalho alemão com capacidade para 60 mil litros. Em outro espaço ficam os tanques de aço inoxidável com temperaturas controladas artificialmente. Esses tanques também fazem parte de um processo modernizado e são muito utilizados na fermentação de vinhos brancos, ou frutados e frescos, que devem ser consumidos ainda jovens e que não necessitam de maturação em barril de carvalho.

Tanques de inox da Vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Também conhecemos o espaço onde os vinhos são engarrafados através de máquinas 100% automatizadas. Essas máquinas podem engarrafar, por ano, 80 milhões de garrafas. Na primeira máquina as garrafas são lavadas com gás de nitrogênio, na segunda já são preenchidas com vinho, a terceira máquina coloca as rolhas e a quarta máquina tampa a rosca. Os vinhos de rosca são os vinhos jovens para consumo imediato, são vinhos que, com certeza, não passaram pelo barril de carvalho.

Máquinas de engarrafamento de vinhos da Vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

A adega mais antiga da vinícola, datada de 1880, é chamada “Cal y Canto”. Cal y canto é uma argamassa (feita de cal, areia e clara de ovo) que foi utilizada dentro da adega para poder colar os tijolos. A adega foi desativada em 1972 e virou Patrimônio Histórico. A única interversão feita, após o Tombamento, foram os pilares de concreto, necessários depois do terremoto de 2010. Os barris que ficam nessa adega não são mais utilizados e estão vazios, porém o cheiro de vinho ainda é muito forte dentro de cada um deles. O mais interessante é que cada barril tem um cheiro diferente. Existem dois tipos de barril, o de carvalho francês e o de carvalho americano. Aparentemente são idênticos, as diferenças entre eles está nos poros e no preço. O barril de carvalho francês custa, em média, R$ 2.000,00 e seus poros são mais fechados, permitindo que a micro-oxigenação do vinho dentro do barril seja mais lenta, tornando o vinho de melhor qualidade, corpo e aroma, o famoso vinho com taninos elegantes, ou seja, mais aveludado e que desce redondo! Já o barril de carvalho americano custa, em média, R$ 1.000,00. É um vinho que também oferece qualidade, corpo e aroma, a principal diferença é que seus poros são mais abertos e por isso possuem taninos duros, que deixa uma acidez na garganta.

Entrada da adega Cal y Canto da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Adega Cal y Canto da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Além dos taninos, um fator importante para a qualidade do vinho é o tempo de maturação. No Chile, um vinho tinto reserva, por exemplo, passa pelo barril de carvalho (francês ou americano) e envelhece por um tempo de 6 a 8 meses. Já os vinhos chamados gran reserva, ficam de 10 a 14 meses. Os vinhos que ficam mais de 15 meses são conhecidos como Premium e passam sempre pelo barril de carvalho francês novo. Essa questão é muito importante porque os barris costumam ser reutilizados, no máximo, até 4 vezes, algo entorno de 5 a 6 anos. Depois são vendidos para decoração ou pequenas vinícolas, por um preço de R$ 300,00. A capacidade de cada barril é de 225 litros e da para encher 300 garrafas de vinho.

Além de ser uma adega histórica, também é uma vinoteca, onde ficam armazenados os melhores vinhos da vinícola Santa Rita, utilizados apenas para competições. Nessa vinoteca é possível conferir o vinho mais caro da Santa Rita e, também, o vinho mais antigo, datado de 1986.

Vinoteca da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Vinho mais antigo da vinoteca da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Vinho mais caro da vinoteca da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Depois fomos fazer a degustação de 3 vinhos da vinícola e conseguimos ver a diferença do vinho mantido em barril francês e barril americano. Aprendemos algo muito legal sobre o aroma do vinho, ele está na nossa memória, por isso quando sentimos o cheiro do vinho, precisamos nos conectar com nosso interior e resgatar os aromas em nossa memória. Antes de entrarmos na área coberta da vinícola, a guia nos fez sentir o cheiro das lavandas. Na hora da degustação, o cheiro da lavanda se fez presente nos vinhos.

Casarão de estilo colonial e lavandas da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

No final da visita fomos conhecer o Museu Andino, uma construção moderna de 1500 m² instalada no meio dessa vinícola histórica.

Museu Andino. Fonte: Arquivo pessoal.

A entrada do museu é marcada por um muro de pedra com inspiração Inca e uma escultura de José Vicente Gajardo. O edifício, apesar de moderno, remete ao período pré-colombiano. O passeio se inicia pela sala Rapa Nui, que apresenta sua coleção de moai de madeira antigo. Em seguida, vem a sala com peças arqueológicas da cultura Arica. Na sala seguinte, é possível conferir as obras da cultura San Pedro e uma importante coleção de cestas coloridas. A próxima, e maior sala do museu, possui a coleção Diaguita e segue ao setor Mapuche com seus lindos objetos de prata do século XIX. No museu também é possível ver várias máscaras de madeira, instrumentos musicais, cerâmicas, tubos e jarros. Infelizmente não é possível tirar fotos do interior.

E para fechar nossa visita a vinícola Santa Rita, algumas fotos do café que achei uma graça com seu estilo, móveis e materiais rústicos. O vagão que fica no meio do café integra o espaço e também serve como mesa.

Café da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Café da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Café da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

Café da vinícola Santa Rita. Fonte: Arquivo pessoal.

E não para por ai! Depois de voltarmos para o hotel, fomos até o bairro Lastaria para jantar. O Lastarria é um bairro jovem, artístico e boêmio, que contrasta com suas construções antigas e históricas. É um lugar cheio de vida e arte. Vale a pena passar para conhecer, curtir as atrações, as lojas de discos, óculos, roupas e ainda aproveitar para jantar. A rua mais famosa é a José Victorio Lastarria, uma rua sem saída cheia de bares e restaurantes e que ainda tem uma fonte no meio. Super charmosa e convidativa, foi lá que jantamos.

Bairro Lastarria. Fonte: Arquivo pessoal.

Bairro Lastarria. Fonte: Arquivo pessoal.

Rua José Victorio Lastarria. Fonte: www.rodei.com.br

Jantamos no restaurante Casa Lastarria. Além da comida ser muito boa, o atendimento foi excelente. O prato que eu escolhi foi o Pastel de Choclo, um prato típico chileno. Traduzindo para o português significa “bolo de milho”, é um prato com carne de boi, azeitonas, passas, peito de frango e uma massa de milho com manjericão. Lembra muito o nosso “escondidinho”.

Pastel de Choclo da Casa Lastarria ($ 10.500). Fonte: Arquivo pessoal.

Também escolhemos uma salada para compartilhar e estava muito boa! A “Salada del Mar” vinha com camarões, lulas, salmão curado, abacate, cebola roxa, aipo e vinagre de limão.

Salada del Mar da Casa Lastarria ($ 9.900). Fonte: Arquivo pessoal.

Depois desse jantar maravilhoso, chegou ao fim nosso segundo dia no Chile. Não percam nosso próximo post, vamos falar sobre a nossa noite de Natal no Chile!

E se você chegou até aqui, muito obrigada pela paciência rs. Sei que o o post ficou bem longo.

Abraços e até a próxima.

Fonte: ( Museu Andino / Blog Rodei )

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